Os amigos, tantos que nem dá pra contar, compareceram à sede da Academia Mineira de Letras para se despedirem do Olavo Romano, arrimo e amparo da arte, tão cara em Minas Gerais, de contar histórias, histórias e mais histórias, que ouviu em sua casa, em sua infância, ou colhidas nas andanças por este mundo. Muitas ele mesmo inventou, porque inspiração nunca lhe faltou. O grande contar de histórias foi-se embora sem maiores prosopopeias, simplesmente foi indo, foi indo... Que perda, a do Olavo Romano! Mas será que foi mesmo tanta? Tantas são as lembranças dele, de suas histórias, de sua conversa sempre bem-humorada, de sua prosa (Que conversador magnífico o Olavo!) que a sua presença não é dessas que se desfazem assim, sem mais. Não é a perpetuidade dos afetos que eterniza os homens bons?
Bom. Sua irmã Alcéa mandou “banner” que compôs para
lembrar seu irmão, lembrança boa, alegre, comme
il faut , em se tratando de Olavo, e este O&B se alegra em o texto e foto para homenagear o querido amigo que foi embora. (nm)
Olavo Romano
✱06/09/1938
✟16/11/2023
Olavo contou caso novo,
e de novo, inovou.
Falou do tio, da mãe, do avô.
Dos netos e dos filhos do senhor Nonô.
Do tempo, da vida,
da graça, da praça, do povo, da Vila.
E o semblante de todos abrandou.
As palavras, as letras, a fala, abraçou,
Buscou, perguntou,
conversou, se entregou.
Recebeu, agradeceu, repartiu,
ofereceu este dom como prece.
Buscou nas estrelas,
o que aqui não encontrou.
Partiu pra mais longe.
No plano Divino,
foi refazer sua história.
E nós aqui, coração batendo
e guardando o Olavo na memória.