quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Olavo Romano, sempre bom da gente lembrar

Os amigos, tantos que nem dá pra contar, compareceram à sede da Academia Mineira de Letras para se despedirem do Olavo Romano, arrimo e amparo da arte, tão cara em Minas Gerais, de contar histórias, histórias e mais histórias, que ouviu em sua casa, em sua infância, ou colhidas nas andanças por este mundo. Muitas ele mesmo inventou, porque inspiração nunca lhe faltou. O grande contar de histórias foi-se embora sem maiores prosopopeias, simplesmente foi indo, foi indo... Que perda, a do Olavo Romano! Mas será que foi mesmo tanta? Tantas são as lembranças dele, de suas histórias, de sua conversa sempre bem-humorada, de sua prosa (Que conversador magnífico o Olavo!) que a sua presença não é dessas que se desfazem assim, sem mais. Não é a perpetuidade dos afetos que eterniza os homens bons?

Bom. Sua irmã Alcéa mandou “banner” que compôs para lembrar seu irmão, lembrança boa, alegre, comme il faut , em se tratando de Olavo, e este O&B se alegra em o texto e foto para homenagear o querido amigo que foi embora. (nm)






Olavo Romano

✱06/09/1938

✟16/11/2023



Olavo contou caso novo,

e de novo, inovou.

Falou do tio, da mãe, do avô.

Dos netos e dos filhos do senhor Nonô.

Do tempo, da vida,

da graça, da praça, do povo, da Vila.

E o semblante de todos abrandou.

As palavras, as letras, a fala, abraçou,

Buscou, perguntou,

conversou, se entregou.

Recebeu, agradeceu, repartiu,

ofereceu este dom como prece.

Buscou nas estrelas,

o que aqui não encontrou.

Partiu pra mais longe.

No plano Divino,

foi refazer sua história.

E nós aqui, coração batendo

e guardando o Olavo na memória.

(Alcéa Romano)