segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Chope com o Rei no Gujoreba


A gente sai tirando umas fotos pela Savassi, em BH, e depois resolve flanar um pouco pelas ruas sem tráfego, onde sempre é possível encontrar conhecidos dispostos a alguma conversa fiada. Na quadra fechada da Rua Antônio de Albuquerque, nenhum conhecido no Café Três Corações, nas mesas ao ar livre do Gujoreba, ninguém. Do lado de dentro, porém, uma surpresa, àquela hora quase matutina, cerca das onze: dois amigos, Saba Mansur e Cláudio Antuña entregando-se ao alegre fruir do primeiro chope do dia. O que fazer? É chegar logo e incorporar-se, embora a primeira ideia fosse apenas a desfrutar o excelente café do lugar. Mas esse plano falhou rápido, com a chegada do Reinaldo José de Lima, que sentou-se à mesa e, depressa, Ivan, o “maitre”, trouxe-lhe uma água de coco, que bebeu devagar, depois o chope.

Por aqui todo mundo sabe que Reinaldo é o mítico centroavante do Clube Atlético Mineiro,  o melhor artilheiro de todos os tempos, que exerceu os misteres do futebol muito mais no nível de artista que de atleta e encantou até as pedras dos estádios. O blogueiro já tinha conversado duas ou três vezes com o “Rei”, que é como a apaixonada a torcida do Galo ainda o reverencia, mas não no clima de uma mesa de bar, de bar tranquilo e acolhedor da Savassi, o Gujoreba, no caso. Foi um tremendo happening, conversa boa, amena. Até sobre futebol a gente conversou.

O blogueiro pediu licença ao craque para uma foto. O Rei aquiesceu alegre e gentilmente e ergueu a mão direita, o punho fechado, no mesmo gesto alusivo ao movimento dos “Panteras Negras” com que celebrou cada um de seus gols inesquecíveis pelos estádios da vida, o gesto que as arquibancadas, em transe frenético,  replicavam com fervor republicano.


Reinaldo era só um garoto, mas aquela basta cabeleira “Black Power” e aquele punho erguido a cada gol, e eram muitos gols, irritavam demais os poderosos do Brasil. Isso também era muito bom. Bravo, Rei! (nm)

(Correção: O Gujoreba fica na Antônio de Albuquerque, e não na Fernandes Tourinho, como constou na mensagem aos leitores de O&B) 

12 comentários:

  1. Hehe!

    Enviado do meu iPhone

    Christiane

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  2. Que legal. Ídolo eterno.
    Rei Pelé, Garrincha, Rei...naldo, o resto é o resto.

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  3. Renato do minas 26 /09 / 2017

    Muito legal! Vc perguntou a ele se quer voltar JOGAR no galo?
    Do jeito que estão as coisas sem os dois (joelhos), é melhor que todos que ali hoje estão!

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    1. Da próxima vez eu pergunto. Quem sabe o Rei não topa voltar.

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  4. Prezado amigo,

    Que privilégio flanar sob a Beagá em flor e participar de um papo descontraído com o Rei ainda não sucedido no Galo.
    Houve alguns príncipes, mas nem o grande R10 o ofuscou. não se apaga a lembrança do garoto que veio de Ponte Nova
    para maravilhar a nação alvinegra e deixar o resto com inveja quase mortal!

    Enfim, saborosa crônica de um repórter em horas de ócio.

    Obrigado e parabéns!

    Abração




    Ivani Cunha

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    1. Caríssimo Ivani,

      Privilégio é ter você flanando pela Savassi através destas mal traçadas linhas. Grande abraço.

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  5. Que prestígio, hein, NILSEU, sentar-se à mesa de bar com o Reinalto, o Rei Naldo dos punhos cerrados, e logo na Savassi!
    Além disso, vi que você, para comprovar mais ainda o prestígio que desfruta na área, tratou da crise brasileira e do futuro do país, em mesa de alto valor, porque ali estava o insuperável Danilo Andrade, com seu vastíssimo bigodaço e um sorriso amigo, como sempre!
    Parabéns, e obrigado por dividir, também comigo, as suas alegrias primaverís e filosóficas savassianas!
    Grande abraço do

    Washington Mello

    (E cadê o Sérgio Esser, hein?)

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    1. Ô Washington,
      Bom receber suas palavras amáveis. O Danilo não é de levar seu bigodaço à Savassi, mas ao Temático, bar de Santa Teresa, de vez em quando. Já o Sérgio, anda arredio, esquivo, sumido, mais por questão de oportunidade. É isso.

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  6. Nilseu,é com imensa alegria que mentalmente flano com você pelas ruas da Savassi ao ler seus belos e poéticos textos. Saudades!

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  7. Ei, Sônia,
    Bom ter você flanando com a gente. Aqui tá bom demais.

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