Chegou a este O&B, direto da Alemanha, mensagem pascal da Carolina Esser que alegrou o coração dos antigos confrades do Clube do Livro Aberto – C.L.A., uma quase-seita de inspiração etílico-literária de alguns jornalistas e outros amigos, todos apreciadores da palavra ociosa, que tinha no Flávio Friche seu mais insigne hierofante. A Carol, aos cinco anos de idade, assumiu, depois de cada seção do clube, a leitura das atas, tão confusas, apenas reclamando de uma ou outra palavra “muito difícil”. Antes já tinha observado: “Esse clube não tem piscina!” Ela foi, de fato e de direito, a secretária do clube que, enquanto existiu, ela chamava de “Cla”. E foram muitos anos, muitas garrafas, muita conversa fiada...
O Cla reunia-se de tempos em tempos, sem qualquer calendário, à base de aviso na véspera, muitas vezes na casa do jornalista Sérgio Esser, pai da Carol, ou do Carlos Pereira, o “presidente”. Muitas vezes, também, as reuniões do Cla aconteceram no Espaço Cultural “No Pasarán”, âmbito totalmente republicano na casa de Ismael Antuña e Denise. Não pensem que as tertúlias do CLA se esvaiam em vinho tinto, cerveja, uma cachacinha aqui outra ali, scotch, sempre havia quem preferisse, e que tais. O Cla nunca desdenhou da face gourmet da boa existência: grandes macarronadas, churrascos riquíssimos, feijoadas, favadas, pescados aviados das mais diferentes e deliciosas maneiras, cores e sabores inesquecíveis. Sandra, Denise, Célia, Rosa... Elas sempre souberam muito dessas coisas.
Bom. Isso é passado. Nossa secretária, depois de tornar-se uma jurista brilhante, casou e mudou, primeiro para Alemanha, depois para a China, Xangai. Numa de suas vindas a BH, o blogueiro perguntou-lhe sobre aquelas escritinhas de casinhas dos chineses... Ela disse, modestamente, que tinha aprovados e juramentados uns seiscentos ideogramas. Demais, Carol! De volta à Alemanha, retomou sua vida acadêmica, sempre no campo do Direito, e de lá enviou a mensagem que este O&B ora publica:
Caros amigos,
Acaba de chegar às livrarias o livro "Direito, Democracia, Futuro e Risco". Nesse livro, eu realizei a minha primeira tradução do idioma alemão para o português, de um artigo escrito pelo Professor austríaco Stephan Kirste. Esse trabalho marcou o meu retorno às atividades acadêmicas após o nascimento da Victoria (a filhinha dela) e também o meu primeiro trabalho de tradução originalmente em alemão. Essa parceria ainda resultou no convite para que eu migrasse para o programa de doutorado em Direito na Universidade de Salzburg, na Áustria, sob a orientação do próprio professor Kirste.
O livro, em si, é efeito consolidado de discussões travadas no congresso promovido pela Faculdade de Direito Milton Campos, durante o isolamento em razão da pandemia do covid-19. A coletânea é composta por artigos inéditos que lidam com os desafios da contemporaneidade, tematizam o futuro e perspectivam ressignificar conceitos políticos e jurídicos. Ela também conta com escritos de vários membros diretos da rede do Centro de Studi sul Rischio, fundada na Università del Salento, na Itália.
Eis um link que facilita o acesso ao livro:
https://www.editoradplacido.com.br/direito-democracia-futuro-e-risco
Enfim, vou fazer meu brinde daqui e convido-os a brindarem comigo daí do Brasil!
Abs,
Carol Esser
Prost, Carol! Parabéns pelo livro. Que bom que o melhor do espírito do Cla se mantém em você. Viva a palavra ociosa na descontração dos convivas e, sempre, viva a palavra escrita!
(nm)