Alto, magro e resseco, lembrando, tão esguio de compleição, um guerreiro da nação Watusi e, quem sabe, até tivesse mesmo ancestralida-de entre antigos povos da África Central: Laci alegrava torcedores do Galo no final dos anos 60 com dribles de pura magia e muitos gols. Com simplicidade genuína de jovem sem muita instrução, nem suspeitava que seu sucesso de futebolista pudesse incomodar. Qualquer iniciado na Cabala pode entender que a distância entre Belém do Pará e Belém da Judeia não é tão grande assim, menor, talvez que a malícia, o intuito de depreciar, o racismo enrustido. Não foi só por diversão que espalharam aquilo de “estou muito feliz de jogar na terra onde o Menino Jesus nasceu” ou atribuíram ao craque o ter dito que “Comigo ou sem migo, ganha o Galo”.Esse tema não viria à tona, nem mesmo neste sempre ocioso O&B, não fosse uma questão pronominal prosaica, mas sempre é preciso defender a Língua Pátria. Foi suscitada em juízo por ex-juiz que virou senador da República: “O valor não corresponde aos gastos feitos especificamente com mim (sic)”; “abrangem outros indivíduos que não só mim”? Ufa! Parece tratar-se de um idioma próprio, pessoal, exclusivo, idioleto cujo léxico já registra o substantivo “conjo”, forma meio esquisita, mas até elegante de ”cônjuge”, quem não se lembra? Aqui, vemo-lo como se ao influxo da linguagem dos pele-vermelhas de gibi, embora hoje em dia nem nos quadrinhos índio adulto use mais, só criança, piá, curumim...
Para o blog ocioso, de repente esse impulso de expressar na nova nomenclatura o repertório anedótico do Laci: “Com mim ou sem mim, cara-pálida, pato bom é ao tucupim”. (nm)
Genial, Nilseu!
ResponderExcluirKkkkk muito...muito bom
ResponderExcluirValeu, Panther.
ExcluirNilseu: Li tudo. Admiro seu texo e sua criatividade e o espírito de observação. Não sabia que o Flavio Friche tinha morrido. Trabalhou comigo no Palácio das Artes: bom texto, arguto, leal amigo, como também a Joana. Os velhos amigos ou conhecidos estão indo embora. Parabéns.
ResponderExcluirMauro Werkema
Ô, Mauro: Bom ter sua companhia aqui neste O&B. Ah, o Flávio! Que perda hem!
ExcluirMuito bom Nilseu. A analogia com o ex-juiz é genial.
ResponderExcluirMuito bom, Nilseu!
ResponderExcluirValeu, Magda.
ExcluirMuito bom , grande Nil!
ResponderExcluirExcelente. Abs. saudade.
ResponderExcluirJorge
Ô, dr. Jorge: Bom ter sua visita aqui neste O&B.
ExcluirFeliz por reencontrar aqui o Mauro Werkema a lembrar dois amigos e colegas de faculdade que já se foram: Flávio Friche e sua mulher, a Joana, grandes amigos. Vida que passa. Ainda bem que esse Ociosidades & Bagatelas resiste.
ResponderExcluirPois é, caríssimo amigo. A gente vai levando como pode as perdas e as boas lembranças. Grande abraço.
ExcluirOi Nilseu,
ResponderExcluirGostei demais da crônica. E também do blog, vou conferir sempre.
Foi um prazer te encontrar. Abração
Cláudia Barcellos
Oi, Claudinha: Obrigado por sua visita e por suas palavras amáveis, que enriquecem e alegram este O&B.
ExcluirGostei demais, Nilceu!👏👏
ResponderExcluirValeu, Raquel
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