Versos de Consuelo Velazquez e de
Maria Grever, damas de bolero, de Dolores Duran, dama de samba-canção, e versos
de Florbela. Infeliz Florbela, tão doce e tão amável, no destino de tragédia e
no tom da poesia, dama de fado.
Bésame, bésame mucho,
Como si fuera esta noche
La última vez.
(...)
Piensa que tal vez mañana,
Estaré muy lejos,
Muy lejos de aquí.
Como si fuera esta noche
La última vez.
(...)
Piensa que tal vez mañana,
Estaré muy lejos,
Muy lejos de aquí.
(Consuelo Velazquez)
Te quiero, dijiste
poniendo mis manos
entre tus manitas
de blanco marfil.
Y sentí en mi pecho
un fuerte latido,
después un suspiro
y luego el chasquido
de un beso febril.
Muñequita linda
de cabellos de oro, etc.
poniendo mis manos
entre tus manitas
de blanco marfil.
Y sentí en mi pecho
un fuerte latido,
después un suspiro
y luego el chasquido
de un beso febril.
Muñequita linda
de cabellos de oro, etc.
(Maria Grever)
A primeira e a última estância
materializam-se em formas subjuntivas, as intermediárias vêm totalmente
apoiadas numa sucessão de gerúndios que, o mais provável, seria descambar para
o enfadonho, mas não é assim. O que temos é um lirismo desconcertante, lirismo
de Dolores, brilhos, cores, aromas, texturas, as harmonias mais sutis do
sentimento apaixonado. Ah! Dolores!
Hoje, eu quero a rosa mais linda que
houver
Quero a primeira estrela que vierPara enfeitar a noite do meu bem
Hoje, eu quero a paz de criança
dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero, a alegria de um barco voltando
Quero a ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje, eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda a beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero, a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ai! como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a ternura que eu quero lhe dar
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero, a alegria de um barco voltando
Quero a ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje, eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda a beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero, a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ai! como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a ternura que eu quero lhe dar
(Dolores Duran)
Aqueles que
me têm muito amor
Não sabem o
que sinto e o que sou...
À minha
porta e, nesse dia, entrou.
E é desde
então que eu sinto este pavor,
Este frio
que anda em mim, e que gelou
O que de bom
me deu Nosso Senhor!
Se eu nem
sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os
passos de Dor, essa cadência
Que é já
tortura infinda, que é demência!
Que é já
vontade doida de gritar!
E é sempre a
mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma
angústia funda, sem remédio,
Andando
atrás de mim, sem me largar!
(Florbela Espanca)
O&B acrescenta, um tanto
arbitrariamente, uns versos de Angela, Malluh, Sônia, Adriana, Maria Cecília, Alcea,
Rosinha, estas, é bem verdade, amigas do blogueiro. não para estabelecer
qualquer tipo de contraponto, mas para vislumbrar a possibilidade, tentadora,
de uma fonte de muitas intuições, bruxedos, sabe como é, fonte de muitos
mistérios, exclusiva das poetas e comum a todas elas. Um espírito distraído pode
até a achar que elas não distinguem o real de virtualidades recorrentes, sem
dar-se conta de, apenas, não se preocuparem em distinguir. E, no entanto, em
seu espelho de palavras, reflete-se todo o non
sense das coisas e da vida!
Onde anda o
luar
nesta noite
escura dentro
de meu
coração?
(Angela Leite em “Lição das Horas” - Editora Miguilim)
Eu saí em minha casa procurando por mim.
No
banheiro eu não estava.
No quarto, também não.
Talvez na quinta, num bar qualquer (...)
(Malluh Praxedes)
É no repouso
da memória
que amanso
minha solidão;
reviro meus
recônditos,
faço
leituras de mim.
Canalizo
energias,
volatilizo
espaços
e
temporalizo rios.
Pensar é
também viver
como o
agricultor sedentário (*)
que semeia grãos invisíveis.
(Sônia Galastro)
(*) Referência ao rurícola da "Teoria da Viagem - Poética da Geografia" , de Michel Onfray
(*) Referência ao rurícola da "Teoria da Viagem - Poética da Geografia" , de Michel Onfray
meça suas palavras, ele disse
medi e eram
do tamanho do mundo
não cabiam
mais em mim
atravessaram
oceanos
e as veias
quentes do corpo
saíram pelos
poros em meu suor
e
desapareceram
como as tardes mornas de dezembro
(Adriana Godoy - Sem rumo)
Lâmpada
Uma janela
aberta,
uma lâmpada
pendurada
do lado de
fora
– cheia de idéias
–
e nós, do
lado de dentro
olhamos as
idéias penduradas
do lado de
fora
– cheias de
janelas!
(Rosa Antuña Martins)
Entre a pele
na mancha:
Repuxam
esteios pelos arrepios
Que iludem
espaço
Pelo avesso
do senso óbvio.
Quinam-se
pescoço e queixo-duplo,
Mas antes de
alcançar a preguiça
Para
arrancar os tecidos já mortos da mucosa
Pelo abaixo
que se esteira em bubuias soltas
Formigam-lhe
os tendões anestesiados.
(Maria Cecília Rodrigues Campos - In-tenso)
Às vezes não
basta ser.
Às vezes ser
não basta.
Às vezes
precisa-se ser
duas, dez,
dúzias,
para se ser
uma só.
(...)
Invista em
Ser isto e
aquilo
sem pressa e
com estilo.
Calmamente,
simplesmente,
integralmente
SER.
Mulher.
(Alcéa Romano - Mulher)
Agora sim, um contraponto, este totalmente
arbitrário, de Antônio Machado:
En la mar de
la mujer
pocos
naufragan de noche,
muchos ao
amanecer.
(NM)
Você entende bem as mulheres, heim, Nilseu?
ResponderExcluirAmei! Só faltou o meu nome quando você fala "O&B acrescenta, um tanto arbitrariamente, uns versos de Angela, Sônia, Adriana, Maria Cecília, Alcea, Rosinha, estas, é bem verdade, amigas do blogueiro"...
Meu nome deveria vir depois do nome da Angela - já que na ordem dos textos, venho depois dela...
Gostei demais do texto da Rosinha. Filha de peixe...
Beijinhos,
Malluh
Taí, Malluh,
ExcluirMe perdoa que já corrigi o lapso.
Nilseu
Uai Nilseu,
ResponderExcluirPode piratear à vontade, sempre que lhe aprouver...
Respondo ai em poema inédito, nascido nesta folha em branco.
Depois de impressos,
meus versos,
já não os domino.
Lencei-os ao vento,
ao relento,
pra meu alento.
Acalento o pranto,
o sonho, o riso.
Insisto.
E nem por isto
me deixo levar
ao abismo.
Proponho, no entanto,
soltar os laços,
a largos passos,
bater as asas
em voos altos.
E do espaço
lançar palavras,
letras miudas
ou bem graudas,
chovendo plenas
como poemas.
Alcéa (10/05/2015)
Obrigada, Nilseu, pela lembrança. Parabéns por seu trabalho. Abraço. Adriana
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