Em "O Sétimo Selo",
o cavaleiro cruzado
de Bergman
(Max Von Sydow)
e a Morte
(Bengt Ekerot),
que joga com as pretas
(XIII)
Sete espíritos, sete castiçais de ouro, entre os quais, voz de muitas águas. Sete estrelas à destra, e as chaves da morte e do inferno (1): Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da Árvore da Vida, diz a voz de muitas águas. Um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos, que um Leão, dos filhos de Judá, com sete pontas e sete olhos, os sete espíritos de Deus, é digno de abrir.
Aberto o primeiro selo, saiu um cavalo branco, cujo
cavaleiro tinha um arco e foi-lhe dada uma coroa; e saiu para vencer; o
segundo, e saiu um cavalo vermelho, a cujo ginete foi dado tirar a paz da
terra; o terceiro, e saiu um cavalo preto, e seu ginete levava uma balança: uma
medida de trigo por um dinheiro três de cevada por um dinheiro; o quarto selo,
e saiu um cavalo amarelo, e seu cavaleiro tinha por nome Morte, e o inferno o
seguia... (Gracia - Los Cuatro Jinetes - Blasco Ibañez)
Aberto o quinto selo, viu-se sob o altar as almas dos que morreram por amor à Palavra; o sexto, e veio um grande tremor de terra, o sol tornou-se negro e a lua como sangue. Estrelas caíram sobre a terra. E o céu retirou-se, como um livro que se enrola; reis da terra, e os grandes, ricos e os poderosos diziam às pedras das montanhas: Caí sobre nós, escondei-nos do rosto daquele sobre o trono, porque é vindo o grande dia de sua ira.
Aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu por meia
hora. (A percepção desse silêncio opõe o Cavaleiro de Ingmar Bergman à Morte,
num jogo e xadrez em que não pode evitar o xeque mate. A questão é: Quando?
Enquanto isso, a agônica espera do nada vai adensando, no filme inesquecível, a
ideia do Absoluto.)
Sete anjos, diante de Deus, aos quais foram dadas sete
trombetas. O primeiro tocou e houve saraiva e fogo com sangue, lançados sobre a
terra, queimando sua terça parte; tocou o segundo e foi lançado ao mar algo
como um monte ardente, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
O terceiro anjo tocou e caiu do céu uma grande estrela
ardente sobre a terça parte dos rios e fontes. E o nome da estrela era
Absinto e terça parte das águas tornou-se absinto; o quarto, e foi ferida a
terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que sua terça parte
escurecesse, e a terça parte do dia.
O quinto anjo tocou a trombeta e uma estrela do céu
caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Gafanhotos como
escorpiões fustigaram a terra por cinco meses. E tinham sobre si o anjo do
abismo, cujo nome em hebraico era Abadom, e em grego Apoliom.
O soar da sexta trombeta soltou quatro anjos que
estavam presos junto ao rio Eufrates, para que matassem um terço dos homens;
ouvi as vozes dos sete trovões, mas uma voz mandou: Sela o que os sete trovões
falaram, e não escreva. Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua
trombeta, se cumprirá o segredo de Deus.
A voz disse: Toma o livro na mão do anjo, come-o e ele
fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel. E viu-se outro
sinal no céu, um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e
sobre suas cabeças, sete diademas. Do mar subiu uma besta que tinha sete
cabeças e dez chifres, e sobre seus chifres dez diademas, e sobre as suas
cabeças um nome de blasfêmia.
E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder. E
foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los. Aqui há sabedoria.
Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um
homem; e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.
E o anjo vindimou a foice as uvas da vinha da terra, e
lançou-as no lagar da ira de Deus. Aos sete anjos foram dadas sete taças cheias
da ira de Deus. Uma grande voz dizia: ide e derramai sobre a terra as sete
taças.
Eu te direi o mistério da besta de sete cabeças e dez chifres que traz a mulher... As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada, (nm)
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Continua na próxima quarta-feira
Texto muito criativo, a lembrar-me as histórias que me impressionaram a infância. Ou aterrorizaram. Ou encantaram, sei lá. Mas foram textos como este que acabaram me prendendo ao fascínio da literatura. Parabéns, Nilseu.
ResponderExcluirCaríssimo Zé: obrigado por sua visita ao blog e pelas palavras de apoio. Para O&B, a participação de pessoas como você é a própria razão de ser. Grande abraço.
ExcluirAmigo Nilseu:
ResponderExcluirObrigado, por mais essa "Heptaétrica". Desta vez você lembrou o grande filme de Begman, "O Sétimo Selo", que assisti há muitos anos. Preciso revê-lo para entender melhor o embate entre o cavaleiro medieval e a morte no curso de uma brutal epidemia.
Noves fora o valor literário, não aprecio as revelações divinas. Prefiro as descobertas do intelecto humano. Entretanto, gostei muito de entender melhor o Apocalipse bíblico. Muito obrigado e já estou esperando a próxima postagem.
Grande abraço,
Daniel.
Obrigado, Daniel, pelo comentário gentil. "O Sétimo Selo" é realmente um filme que merece ser revisto. Grande abraço
ExcluirNilseu, como disse o seu amigo lá em cima, eu também voltei à infância! Obrigada!
ResponderExcluirPois é, Magda. É assim mesmo. Infância vai, vai, mas está sempre aqui. Grande abraço
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