(XVIII)
Esplêndido abril, os frios primeiros. Sete pássaros
vermelhos, sete flechas de fogo riscando o céu alto, voam, voam decididos, velozes,
sem deixar rastro no azul: rumam alegres, algum até canta, para estações mornas
do Norte. É assim mesmo, é sempre assim, ao pressentirem a hora de ir embora
todos partem, simplesmente partem, sem vacilar, pássaros, borboletas, lambaris....
A friagem... ah! a friagem! Um arrepio, o sujeito começa a
congelar. Melhor é se lançar logo na arribada, ir-se depressa, pra longe, bem longe.
Mas o frio tremendo, dentro, irá junto, certamente, a geada se espalhando, se
expandindo, a infiltrar-se por todos os recônditos, por toda parte inverno
atroz – brrrr!!! – o ano inteiro, a vida
inteira. Então, minha amiga, ir embora pra onde? (nm)
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