Chegou a O&B mensagem do
Carlinhos Barros Santos que alegrou o coração do blogueiro, pelas lembranças
boas que trouxe. Pra quem não sabe, ele é filho do saudoso Prof. Carlos Alberto
de Barros Santos, que enriqueceu o blogue com generosa e qualificada colaboração,
enquanto esteve entre nós. Carlinhos diz que não conhecia a palavra
“mentideiro”, palavra velha e um tanto fora de uso, que aparece na última
postagem. Disse que gostou demais dela, antes de observar que “um grande
mentideiro deve ter sido o Bar do Primo, nos áureos tempos, quando frequentado
pelo meu pai e sua turma de amigos”. Claro, e o do Tip Top. Todos apreciávamos
o chope e a conversa.
E acrescenta: “Tenho sempre
lido "O&B” e fico sempre com a impressão, e já lhe disse isso de outra
feita, que sinto estar conversando com o papai quando leio as suas crônicas,
tamanha a similaridade nos assuntos e no modo da escrita.” Em suas incursões
pelo blogue, Carlinhos deixou-se encantar por Geir Campos: “O poema Alba: Não faz mal que amanheça devagar é
estupendo! E depois andei pesquisando mais textos dele, gostei muito.”
O Geir continua sendo um
momento de esplendor da Poesia em Língua Portuguesa, mas, aí, o inevitável: Carlinhos
revela que, em outros passeios por O&B voltou a ler a crônica sobre o Cuartito Azul, o tango de Mariano Mores,
recém falecido, e Mário Battistella: “O papai adorava essa canção, apesar de
ser uma das suas piores interpretações musicais! Mas sempre insistia, e voltava
nela nas tertúlias dominicais. Quando juntava com o Jader de Oliveira, piorava
bastante, era doído para os ouvintes. E ainda vinha, na sequência, Corrientes, três, cuatro, ocho...”
Carlinhos Barros Santos
acrescentou à sua mensagem duas fotos de seu pai , Carlos Alberto, com o também saudoso jornalista Jader de
Oliveira, que vivia em Londres, numa de suas vindas de final de ano a BH para
refazer o espírito: tarde de feijoada, muita conversa e tangos.
Ele deixou um p.s.: Vou lhe enviar, na semana que vem, um poema
que achei noutro dia, chamado "Canção da Morte na Tarde". Creio que
não o conhece.
E não conheço mesmo, Carlinhos, muito
obrigado.
NM
Hoje posto o poema, que acabou de chegar:
Hoje posto o poema, que acabou de chegar:
CANÇÃO
DA MORTE NA TARDE
Carlos Alberto de Barros Santos
Cai lentamente o sol crepuscular,
E lentamente vão as nuvens se afastando
Num prenúncio de chegada do luar.
O sol crestou impiedosamente a paisagem,
Mas veio o crepúsculo e, como u’a benção,
Pousou serenamente sobre a paragem,
O tapete de relva das montanhas,
Os grotões da serra.
E estendeu-se em sombra e calma
Sobre a geometria das ruas e dos prédios.
A claridade já não arde em brasa,
Um vento gentil envolve a minha carne.
A tarde morre em ouro e sangue.
Bilac rogou para não morrer assim,
Num dia assim! De um sol assim!
Também a mim,
No fundo oceano
Da minha mortalidade,
Fere como açoite a claridade.
Por isso mesmo vos peço,
Ó vos que me amparais:
Não me deixeis partir,
Eu vos imploro!
Não deixeis esvair o que sou agora,
Ou o que resta do que fui outrora,
Ó, não me deixeis findar,
Antes que desça a noite,
Antes que a noite venha
Para me levar.
Novembro de
2.000
A história da Hilda Furacão comigo começou com um presente do Jader. Em 2003, ele me deu de presente uma foto dela com o Paulinho Valentim, no apartamento deles, em Buenos Aires. Pesquisei e fiz a primeira matéria, de uma página. Depois, o Jader morreu e eu, a partir daquela foto, iniciei uma procura por ela, Cheguei a sondar até no México, onde ele jogou e depois foi estivador no cais do porto. Enfim, por causa da foto que o Jader me deu, consegui fazer aquela série de matéria, e encontrar a Hilda num asilo, em Buenos Aires.
ResponderExcluirBela foto de dois queridos amigos que deixaram muita saudade. Mercedes
ResponderExcluirCaro Nilseu, muito obrigado pela publicação da minha mensagem neste seleto espaço.
ResponderExcluirDr Carlos deve estar soltando uma daquelas gostosas gargalhadas, com os olhos quase cerrados, e tomando mais um gole de chope, antes de empostar a voz para mais uma tentativa de cantar outros clássicos, como "Nosotros" ou "La Barca".
Um cordial abraço,
Carlinhos Barros Santos.